sexta-feira, 10 de fevereiro de 2023

O parto 💗

Efetivamente naquela noite não se deu nadinha. Dormi o que consegui e bem cedo já estava acordada. Por volta do meio dia fizemos a primeira indução. Comprimidos introduzidos ordens para me deitar durante 2h e depois disso caminhar muito. Quando me levantei para dar inicio às belas das caminhadas sempre no mesmo corredor, era um fanico de grávidas umas para lá outras para cá, já fazíamos piadas umas com as outras e os maridos também interagiam :) criou-se um ambiente muito agradável. Passado pouco tempo os comprimidos saíram inteirinhos. Chamei a enfermeira expliquei o que tinha acontecido e ela disse que dali a pouco me levava novamente ao médico que entretanto já era outro, no caso outra, pois o turno já tinha mudado. As 17h lá fui chamada para nova indução e minhas belas amigas que indução... Não sei bem o que a médica fez com as suas mãozinhas mas em 30 minutos comecei com contrações de 2 em 2 minutos. As 19h passou o jantar e eu já não consegui comer. Entretanto veio o anestesista que colocou um analgésico para aliviar a dor mas que não surtiu efeito nenhum. As 23h já chorava de dores e quando a enfermeira me viu agarrou-me por um braço e levou-me para a sala de partos, deu-me um pequeno raspanete por estar a sofrer e por não ter chamado por ela. Apanhei profissionais do melhor não tenho uma única crítica a apontar, fizeram de tudo para eu não sofrer e, se o parto não correu tão bem como esperado, não foi mesmo por falta de atenção ou cuidado, foi mesmo uma me#d@ de um azar atrás do outro.
As 23h levei a primeira dose de epidural e azar dos azares continuei com dores, as dores eram nas costas e segundo o anestesista 1 em cada 20 mulheres a epidural não pega e quando a dor é nas costas muitas vezes não há forma de resolver. Ele saiu da sala e eu chorei muito, porque raio tinha eu de ser aquela 1 em 20... Das costas as dores passaram para a anca direita, sempre que a enfermeira passava, e foram muitas vezes, reforçava a epidural e eu nada de melhorar. As 2h da manhã achou que aquilo não fazia sentido nenhum e chamou novamente o anestesista ele pediu para ver o cateter e surpresa das surpresas a porcaria do cateter tinha deslocado e daí não me estar a fazer efeito. Cateter recolocado, com muita dor à mistura, e felizmente veio o bendito alívio. Consegui dormitar depois disso. Ainda assim, por motivos que ainda hoje não consigo explicar, o parto não se dava... A dada altura perdi as forças... Era um entra e sai de gente. Às 14h do dia 25 ela ainda não tinha nascido. As memórias que tenho daquela parte final do parto já são meio difusas tal era o cansaço. Sei que me fizeram uma episiotomia e finalmente ela nasceu :) Não senti logo o alívio que toda a gente descreve, só quando saiu a placenta fiquei aliviada. 

Contrariamente a tudo que tinha sonhado não fiquei emocionada nem apaixonada no primeiro minuto...

Até ouvir o choro dela fiquei aflita e só dizia ela não chora ela não chora. Assim que ela chorou e me disseram que estava bem eu desliguei dali. Puseram-na no meu colo e teve quer ser a enfermeira a colocar os meus braços por cima dela. A exaustão era de tal ordem que eu não conseguia reagir... Foi a enfermeira que a colocou na mama mas rapidamente desistiu e disse que tentaríamos mais tarde. Pedi ao meu marido para cancelar todas as visitas que pudessem estar a chegar e fiquei só a recuperar.

Lembro-me perfeitamente do momento em que aquele amor avassalador chegou... Consegui descansar, deram-me de comer e assim que me passaram para a cama puseram-me aquele pequeno embrulho nos braços. Lembro-me de a agarrar e pensar é minha, este pequeno ser é meu e eu já amo com todas as minhas forças <3

Como o meu marido disse, naquele dia a frase "por um filho mato, por um filho morro" ganhou todo o sentido!

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